A Verdadeira Vida em Deus

Lembra-se de como o Papa Benedito XIV, há muito tempo atrás, anotou passagens discutíveis nos escritos dos Padres da Igreja e dos santos e declarou: ... o que esses disseram deveria ser considerado, tanto quanto possível, em um bom sentido... pontos obscuros em um texto são explicados de outro modo por textos mais claros... busque a mente do escritor, não a de uma frase em particular, mas de todo o contexto da obra; a benevolência deve ser acompanhada da severidade; o juízo sobre pontos de vista com os quais não se concorda deve ser feito, não com base no próprio ponto de vista, mas de acordo com a probabilidade da doutrina... (Constituição da Introdução do Index). Em uma das primeiras mensagens eu conto como Jesus me pediu para “desenhar como a Santíssima Trindade é”. Eu descrevo ter tido a visão de uma luz: uma luz saindo, depois outra, e depois uma outra, perfazendo três. Depois, eu comentei: Quando o Filho está no Pai, então, eles são um. A Santíssima Trindade é UMA e a mesma. Eles podem ser três, mas todos os três podem ser um. Resultado: Um Deus. Eu aprendi que essa declaração emprega uma metáfora que nos leva ao Credo Niceno, que declara que o Filho nasceu do Pai como “Luz da Luz”. Desde então, essa imagem tornou-se clássica no pensamento cristão. Por exemplo Simeão, o Teólogo, escreve “Aquele que era no princípio, antes de todos os tempos, gerado do Pai, e com o Espírito, Deus e Verbo, triplo na unidade, mas uma só luz nos Três”. (Hino 12, 14-18). Algumas vezes Deus, o Pai, fala e é óbvio para qualquer leitor que conhece as Escrituras que, com efeito, é o Pai quem fala, por frases como: “Meu Filho Jesus”, etc. Então pode acontecer que, mais tarde, no mesmo dia, Cristo me chame para continuar a mensagem e fale. Novamente o leitor que conhece as Escrituras compreende que é o Cristo falando porque ele fala de Suas Chagas ou da Cruz. Quanto às mensagens que começam, por exemplo, com o Pai, depois continuam com o Filho, elas contêm normalmente a menção “mais tarde”. Se não coloquei qualquer referência para ajudar quem lê, foi porque me pareceu tão óbvio pelas palavras expressas quem realmente estava falando, que eu as deixei como estavam. Dos milhares de leitores, eu nunca recebi uma só carta pedindo esclarecimento sobre o assunto, assim como ninguém veio a mim para dizer que estava confuso. Só dois clérigos nos Estados Unidos leram a mensagem da forma errada, publicaram seus pontos de vista, repetidas vezes, em boletins informativos, sem jamais ter-me encontrado. Em uma passagem dos escritos de AVerdadeira Vida em Deus, Cristo diz: “Eu sou a Trindade”. Aqui, Cristo Se identifica com a divina natureza da Trindade que é Uma. Cristo é uma das Pessoas da Trindade. Cristo fala como a divindade, uma vez que é Um em natureza, comunicada pelas Três Pessoas, cada uma delas. Em uma das passagens de A Verdadeira Vida em Deus, Cristo diz: “ Sê abençoada, Minha filha, Eu, teu Santo Pai, te amo; Eu Sou a Santíssima Trindade. Então Ele acrescentou, Tu discerniste bem!” Eu discerni enquanto Jesus dizia “ Eu sou teu Santo Pai”, um “triplo” Jesus, como aqueles retratos de uma única pessoa, mas feito como se fossem três, uma saindo da outra, todas semelhantes e todas as três a mesma. “Eu sou a Santíssima Trindade, todo em Um.” (11.04.1988). (Única, indivisa, uma essência, uma substância.) Se considerarmos apenas a declaração inicial atribuída a Jesus, poderíamos nos perguntar se Ele não Se está identificando com o Pai e depois com toda a Trindade. Mas ao prosseguirmos com a leitura, torna-se claro que Ele não está. Cristo tentava ensinar-me a unidade da Santíssima Trindade, e como as Três Pessoas são indivisas e assim completamente uma. A unidade da Trindade vem não inicialmente do fato de que as Três Pessoas são indivisas (como amigos inseparáveis!), mas do fato de que cada uma Delas possui a mesma única natureza divina e distinguem-se apenas por suas relações mútuas. Em outra passagem de A Verdadeira Vida em Deus, Cristo me ensina como a Trindade é reconhecida em cada Um Deles como Um e a mesma substância: “...não sou Generoso? Não sou o Altíssimo? Então, tende confiança, pois estais nos Braços de vosso Pai. Eu, a Santíssima Trindade, sou Um e o Mesmo (mesma substância).” (25.07.1989). 1188

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